Uma denúncia anônima de que um assessor de candidato a vereador de Joinville estaria pagando cerca de R$ 50,00 para eleitores, causou um grande repercussão na cidade e sobretudo nas redes sociais. A revelação foi dada hoje pela emissora a RICTV, afiliada da Rede Record e divulgado no jornal Notícias do Dia, que é do mesmo grupo. De acordo com a reportagem, o assessor Airton Cardozo irmão do candidato José Cardozinho ( PPS ), propôs o pagamento de R$ 50,00 a cada pessoa que preenchesse uma ficha e se comprometesse a votar em seu irmão. Para o responsável pelas indicações, além do pagamento, o assessor prometeu participar de um sorteio com prêmios de até R$ 5.000,00 caso o seu irmão fosse eleito nessa eleição.
A reportagem apurou que cada envolvido no esquema recebia um cartão com um número de identificação para o sorteio. Airton disse que uma semana antes da eleição, passaria na casa de cada pessoa cadastrada e pagaria os R$ 50,00 prometidos. Disse ainda que se Cardosinho fosse eleito, todos participariam de um jantar festivo e com direito a sorteio de brindes. O assesssor também revelou que esta prática já é recorrente em outras eleições que o candidato disputa, e dá detalhes de que não estão fazendo panfletagem para que sobre mais recursos para financiar o esquema.
O juiz da 95ª Zona Eleitoral de Joinville, Yhon Tostes, e o promotor eleitoral, Ricardo Paladino, assistiram à gravação do vídeo com o esquema de compra de votos, e repugnaram tal atitude do candidato. Segundo eles, a ação pode configurar como crime eleitoral, podendo serem presos por até 4 anos, além do pagamento de uma indigesta multa. O ato também pode ser configurado como improbidade administrativa, já que Cardozinho chegou a assumir como vereador neste ano, uma vez que ele é 1º suplente do PPS, podendo ter o diploma cassado caso eleito. O promotor Ricardo Paladino afirmou que deverá abrir um inquérito policial. O prazo para apuração das investigações demora cerca de 30 dias.
O candidato a vereador pelo PPS José Cardozo, negou a participação e afirmou que desconhecia a ação de compra de votos. Ele afirmou que reprova esse tipo de conduta e afirmou que iria afastar o envolvido. Algumas pessoas, possivelmente ligadas ou simpatizantes do ex-vereador, tentavam desqualificar a denúncia nas redes sociais, sugerindo que o assessor estava tentando prejudicar o ex-vereador.
Vale lembrar que de acordo com a lei nº 9.840, de 28 de setembro de 1999, o candidato que oferecer qualquer benefício em troca de votos poderá ser punido com multa de até R$ 50 mil e cassação da candidatura. Além disso, pode sofrer penalidades quem também vendeu o seu voto, se assim for comprovado. Já no início das eleições, Cardozinho teve a sua candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, mas entrou com um recurso e prosseguiu na disputa das eleições municipais. Veja no link abaixo o vídeo que revelou o esquema de compra de votos:
Denúncia Compra de Votos em Joinville
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