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quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Decisão Sobre a Busscar Fica Nas Mãos do Juiz - Veja o Vídeo do Resultado da Votação -
Aconteceu ontem a 3ª assembleia de credores da empresa joinvilense Busscar, que definiria a aprovação ou não do plano de recuperação judicial, no Centreventos Cau Hansen. A não aprovação por parte dos credores, assinava a falência da Busscar, por isso tamanha a importância da decisão, já que os trabalhadores que estão a mais de 2 anos sem receber os seus salários, poderiam ter o lhe é seu de direito, e por uma pedra em toda essa história, para enfim poder seguir adiante.
Um representante do BNDES pediu a suspensão da Assembleia, mas a Busscar quis prosseguir com a votação. Ele disse que não teve tempo suficiente para analizar o plano.
Mesmo com as procurações que a empresa possuia lhes dando mais números de votantes, os maiores credores em volume pertencentes a classe Garantia Real ( Banco Santander e o BNDES ) eram contrarios ao plano. Na votação, os ex-sócios e os trabalhadores votaram pela aprovação da proposta da empresa, mas o Banco Santander confirmou a sua decisão, e votou NÃO. As seguradoras e financeiras, como Seguradora Berkley, também reprovaram o plano e votaram NÃO. O BNDES era o último credor a votar, mas absteve-se do voto, mesmo assim como não votou, foi considerado como NÃO.
O Sindicato que representa os trabalhadores da Busscar, rejeitou desde o início o plano apresentado pela empresa. O sindicato apresentou uma proposta mais flexível, mas a Busscar não quis negociar com os trabalhadores.
Com isso, a
decisão sobre se será decretada ou não a falência da Busscar fica nas mãos do juiz Maurício Povoas, da 5ª Vara Cível. Ele deve analisar a ata da assembleia com os números e divulgar uma decisão na quinta-feira ( 27/09 ). A situação deve ficar complicada para a Busscar, já que a empresa não obteve maioria no plano, com o total de 84% de rejeição, e mesmo tirando o BNDES que não votou, passa de 50% pela reprovação do plano.
O juiz pode também em vez de decretar a falência da empresa, pode decretar uma intervenção. Nessa situação, a diretoria seria afastada e entraria no lugar profissionais determinados pelo magistrado.
A empresa só escaparia desse risco se o Plano de Recuperação fosse aprovado entre todos os credores, mas como isso não ocorreu, pode ser uma opção de decisão para o juiz.
Na primeira assembléia apareceram propostas de comprar a empresa joinvilense como por exemplo a fabricante chinesa Shandong Heavy Machinery Group, o que daria um novo rumo para Busscar, e precisava negociar com os ex-sócios, tios de Claudio Nielson, por isso foi adiada a assembléia.
Os tios de Claudio Nielson, ex sócios, também credores, que renegociaram os descontos de 95% para 70% sobre o valor da dívida. Depois precisou novamente ser adiada, pois era necessário negociar com a classe da Garantia Real ( BNDES, Santander e Finep ).
A crise da Busscar teve início em 2008 e se agravou depois de 2010. A estimativa é que hoje a dívida empresa se aproxime de R$ 1,3 bilhão, ( R$ 800 milhões com credores diretos e R$ 500 milhões em tributos ). A companhia chegou a ter 5 mil empregados, porém hoje conta com cerca de 900. Mas todos os 5 mil têm algo a receber.
A Busscar responsabilizou esta crise à restrição global de crédito por conta a Recessão Mundial ocorrida em 2008. A crise mundial ocoreu depois que o banco norte-americano Lehman Brothers faliu. Para minimizar as perdas, o Banco Central dos Estados Unidos orientou que os recursos fossem destinados para o setor imobiliário. Com baixas taxas de juros e custos financeiros reduzidos, os investimentos em financiamentos de imóveis cresceram e gerou uma bolha, na qual a crise se espalhou para todo o mundo.
A Busscar garantiu que fez o máximo para honrar os compromissos, mas que não foi possível
se livrar dos débitos. No entanto, muitos empresários contestam tal afirmação, uma vez que a crise econômica foi enfrentada por todos os setores, inclusive o de carrocerias.
A versão é de que a Busscar se viu fragilizada diante da restrição de crédito que ocorreu de fato porque não tinha se recuperado de outra crise anterior, desta vez entre 2001 e 2003, na qual ficou devendo também para trabalhadores e instituições como o BNDES. A empresa, mesmo pagando boa parte dos débitos da época, não havia criado caixa e bases sólidas para a atual situação. À época, a Busscar atribuiu sua crise à grande desvalorização do Real, que ocorreu em 1999 e provocou dificuldades nas vendas para o exterior.
Porém os erros que culminaram na situação que se encontra atualmente a Busscar, deve-se principalmente a falta de gestão, e os trabalhadores não podem pagar por tais erros. Eu ainda acho que vai ter mais capítulos nessa história, e que ainda uma nova assembléia seja feita, afinal de contas, a empresa pouco parece estar ligando para os funcionários, e tem exemplos assim como na política, que tudo acaba em Pizza .. Esperamos que não seja mais uma vez o trabalhador que tenha que engolir essa indigesta Pizza e não ser feito de palhaço novamente ... Veja o vídeo na qual o administrador judicial Rainoldo Uessler, anuncia o resultado da votação:
Resultado Votação Assembléia de Credores Busscar
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