Hospital Municipal São José Volta a Sofrer Com Superlotação

Direção do Hospital São José Afirma Que a Situação se
Agravou Devido a Greve dos Servidores Estaduais da Saúde

Parece até piada de mau gosto, mas entra ano sai ano, entra governo e sai governo, e a saúde pública de Joinville não anda. Há muitos anos a situação do Hospital Municipal São José é caótica, e o nosso velho " zequinha " voltou a sofrer com o acúmulo de pacientes. Essa semana novamente a impresa noticiou os corredores do hospital lotados de macas, algumas do Samu, outras dos bombeiros voluntários e ouras do próprio hospital. Como nós sabemos, o motivo para que os pacientes tenham um atendimento precário e ser atendido nos corredores da instituição, é justamente a falta de leitos.
A situação chegou a ficar tão extrema que tinha paciente sentado no chão recebendo a medicação. Na noite de ontem, havia mais de 100 pacientes internados, sendo que o hospital tem a capacidade máxima de 34 pacientes. Segundo a direção do hospital, a média de entrada é de 4 pacientes por hora, sendo que a maioria dos pacientes internados, são vítima de acidentes de trânsito, já que o São José é referência em traumatologia.
A direção do São José atribuiu a culpa pela superlotação à greve dos servidores estaduais da Saúde, deflagrada dia 23/10, que reduziu em 50% a capacidade de atendimento no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, e sendo assim sobrecarregou o São José. Para tentar dar mais lugares aos pacientes, foram até
 suspensas as cirurgias eletivas ( aquelas com data marcada ), por um tempo indeterminado.
O Hospital São José, chegou até a dizer que poderia denunciar o comando de greve ao Estado, caso seja comprovada a omissão de socorro por parte dos grevistas
A greve dos servidores estaduais da Saúde também afetou o atendimento nos PAs Sul, Norte e Leste. O Hospital Bethesda, que também presta serviço ao SUS de Joinville, também está com praticamente 100% de lotação dos leitos destinados ao SUS. O comando de greve dos servidores estaduais da Saúde negam que a paralisação tenha contribuído para o caos em que se encontra o Hospital São José e em outros locais.
Como a falta crônica de médicos no Hospital Regional Hans Dieter Schimidt não foi solucionada com o concurso público, o governo do Estado lançou na terça-feira ( 23/10 ) um processo seletivo para tentar contratar novos profissionais para a emergência ( hoje o hospital tem 5 clínicos na escala, e precisaria de mais 9 para completá-la ). A situação do Regional é tão crítica, que alguns equipamentos quebraram, e o custo para a manutenção dos equipamentos chega a R$ 10.000,00, mas a instituição afirma poder pagar só R$ 7.500,00. Com isso, a temperatura chegou a ficar 27 graus acima da média na UTI cardiológica do Hospítal Regional, causando desconforto a muitos pacientes.

De acordo com o sindicato que representa a categoria o Sindsaúde, a greve só termina se o governo voltar a negociar a pauta de reivindicações, que inclui uma gratificação para substituir as horas de plantão dos servidores. Eles alegam que fechando a escala com a contratação de mais funcionários, a hora-plantão vai acabar e o servidor vai ficar sem essa remuneração. Por isso eles reinvidicam uma gratificação entre R$ 1.200 a R$ 2.800 para repor tal perda com as horas-plantão, variando de acordo com o nível de graduação de cada profissional.

Em Joinville cerca de 60% dos profissionais estaduais já aderiram a greve (250 na maternidade Darcy Vargas e 350 no Regional Hans Dieter Schmidt ).

O Secretário Estadual de Saúde Dalmo Claro de Oliveira, afirma que se ocorrer danos às pessoas o sindicato terá que responder por tais atos. De acordo com o secretário, o Estado não tem condições de arcar com os custos das gratificações solicitadas pelo Sindsaúde. O governo Estadual estuda até cortar o ponto dos funcionários, para que eles não batam o ponto mas fiquem de braços cruzados. Vale lembrar que " bater o ponto " é um direito do trabahador e que isso deve ser asseguardo.

É, como sempre a população é que perde nessa briga pelos reajustes salariais .. Mais uma vez, a situação da saúde pública pede socorro. Até quando os nossos governantes vão deixar de falar em saúde só no período eleitoral, e vão verdadeiramente resolver o caos que se encontra a saúde em Joinville ?? Parabéns aos servidores grevistas que estão lutando por uma saúde mais digna e humana para a população. Infelizmente, o triste é que sempre é necessário fazer greves para requerer aquilo que é direito do trabalhador. Vamos torcer para que essa situação acabe logo, pois a população já paga impostos demais para ter uma saúde pública de lixo como esta ...